Adoro acordar a meio da manhã depois de uma boa e longa noite de sono. Quando posso, claro.
Se acordo a meio da manhã tendo já faltado a aulas ou a qualquer coisa importante, não tem o mesmo sabor.
Gosto de acordar a meio da manhã porque ouço o movimento das pessoas nas ruas, os carros, o sino da igreja a marcar as horas. Gosto de preguiçar mais uns minutos na cama, de fazer planos para esse dia, ver o sol iluminar fracamente o meu quarto por entre as persianas, regatear com o despertador até chegar à hora certa para me levantar enquanto lá fora as pessoas tratam da sua vida e fazem a economia movimentar-se.
Hoje acordei por volta das 11h00 a mais do que tempo para a minha única aula de hoje, Direito para a Economia e Gestão. Fiz a barba, tomei banho, almocei e fui para Faculdade.
Foi bom ter acordado àquela hora, sobretudo depois de um dia particularmente longo, que acabou com um treino de rugby da equipa de Sevens da minha Faculdade e uma reunião dos Campinácios no meu antigo colégio.
Foi bom porque hoje tenho mais um dia longo. Mas isso já assunto para uma próxima vez.
18.10.07
Acordar
13.10.07
O Congresso
Realizou-se, nos dias 11 e 12 de Outubro, o 2º Congresso Nacional dos Economistas, organizado pela Ordem dos Economistas, no Centro de Congressos de Lisboa.
Fui lá, como convidado da Ordem, depois de me ter inscrito para tal na conferência da Semana dos Novos Economistas, que já tinha referido aqui.
Foi bastante interessante pois ouvi diferentes opiniões sobre o estado da economia pela voz de antigos ministros, actuais ministros, o próprio Governador do Banco de Portugal, o Presidente da República e outros eminentes economistas. Discutiu-se também o papel que o Processo de Bolonha terá na formação dos economistas e gestores de amanhã; uma questão que como podem imaginar, me preocupa.
Falou-se do papel que a Ordem terá que tomar nos anos vindouros, se poderá reformular-se e criar um sistema de creditações de competências de profissionais ligados à área da economia e que tipo de intervenção pode ter na sociedade civil. Bastante interessante, esta palestra pelo Prof. Manuel Brandão Alves.
Foi também muito importante a nível de networking, uma das minhas novas palavras preferidas, e também para ser visto. Nestas ocasiões, um jovem entre muitos homens de negócios e economistas e gestores conhecidos destaca-se um bocado, nem que seja pelo facto de lá estar. E também para ver, ouvir, ler, perceber e aprender uma data de coisas novas.
P.S. : Eu sei que não tenho escrito muito aqui, mas tenho andado ocupadíssimo. Comecei a trabalhar no Coliseu dos Recreios de Lisboa, já tenho testes e trabalhos para apresentar. Não está fácil, mas isso eu já sabia que não ia ser. Quando puder, vou aqui dizendo qualquer coisa.
decretado pelo Príncipe às 14:46 0 ideias contíguas
A reter: Economia, Networking, Principado, Processo de Bolonha
28.9.07
Desníveis
Eu contra dois. Eu contra seis ou sete. Eu contra treze ou quatorze (ou catorze?). Eu contra trinta ou quarenta. E ninguém, NINGUÉM, teve a coragem de me fazer frente quando eu lhes perguntei quem eram.
Acho ridículo as pessoas andarem trajadas em Lisboa. Isso é lá para Coimbra, Porto, Santarém, Vila Real, Covilhã, mas não a capital.
E é por isso que enfrento quem quer que sejam, quantos mais forem, quais forem (mesmo que se não identifiquem).
O acto de levantar a cabeça contra vários ganha o respeito dos observadores e o temor dos antagonistas.
A reter.
decretado pelo Príncipe às 05:01 1 ideias contíguas
A reter: Coragem, Tradição Académica, Vontade
27.9.07
Curiosidades
Sabiam que as enfermeiras, no tempo do Estado Novo, não podiam casar? Ou que médicos não podiam casar com farmacêuticas? E que, no Brasil, as hospedeiras se chamam "aeromoças" (Ok, esta devem saber se viram o anúncio da Caixa com o Scolari)?
Porque é que nos livros e nas séries e filmes, os fotógrafos ou são sempre tipos com aspecto aventureiro, barba rala de três dias, lenço ao pescoço e camisa beige à Indiana Jones ou então são tipos gordos de suspensórios? Já repararam que na ficção nunca há um fotógrafo completamente mediano, que não se sobressaia da multidão?
Ainda ontem estava numa conferência, na minha faculdade, da Semana dos Novos Economistas (ciclo de conferências organizado pela Ordem dos Economistas) e o fotógrafo que estava a cobrir o evento era, de facto, um tipo gordo de suspensórios. Engraçado.
Também ontem fui ao aeroporto receber os Lobos. Tirei algumas fotos com eles (que oportunamente estarão disponíveis no álbum de fotografias do Mundial) e, confrontado com os seus agradecimentos por ter ido lá recebê-los, repliquei que eu é que lhes agradeço a sua raça, dignidade e vontade de levar o nome de Portugal mais longe.
Porque isso é bem mais do que qualquer pessoa tirada da multidão que critica os nossos jogadores arbitrariamente já fez por Portugal.
Hmm, deixou de ser um post de curiosidades para passar a ser um post político. Enfim.
Por outro lado, o sangue do meu sangue lembrou-se de um dos meus ditos preferidos (a modos que um dos meus lemas): "Homem prevenido vale por mil e quinhentos". Está aqui.
Obrigações profissionais e pessoais têem-me impedido de escrever aqui, mas isso será alterado durante esta semana.
Até lá.
decretado pelo Príncipe às 15:50 0 ideias contíguas
A reter: Curiosidades, Economia, Faculdade, Rugby
14.9.07
Na vila mais antiga de Portugal
Vou passar este fim-de-semana em Ponte de Lima para ir às Feiras Novas, a tradicional festa do concelho.
Não há muito mais a acrescentar, excepto que depois farei um post pormenorizado, com fotos e tudo. Ah!, e o "dossier" Campeonato do Mundo de Rugby continua a ser actualizado - bem, agora nestes dias não, mas adicionei as Pools e respectivas classificações. É um começo.
Noutros aspectos, e continuando com os posts futuros, quando tiver tempo farei um relatório da viagem que fiz à Grécia entre Agosto e Setembro, também com imagens.
Bem hajam.
decretado pelo Príncipe às 13:45 0 ideias contíguas
A reter: Festas Populares, Rugby, Viagens
11.9.07
O Campeonato do Mundo
Começou dia 7 o Campeonato do Mundo de Rugby na França. Conta com 20 nações do mundo inteiro sendo que apenas uma delas é totalmente composta por praticantes da modalidade amadores: a Selecção Portuguesa, vulgo, Os Lobos.
No primeiro jogo, a Argentina bateu a França (nação organizadora e uma das favoritas à conquista do Troféu Webb Ellis) por 17-12, causando a primeira surpresa do torneio. Outros jogos seguiram-se; a Austrália destruiu o Japão por 91-3, a África do Sul venceu Samoa (59-7) num confronto entre dois dos packs avançados mais pesados do Campeonato sendo que foi um ponta dos Springboks, Bryan Habana, ao marcar 4 ensaios e tomando a dianteira na tabela de marcadores a grande figura do jogo (apesar de não ter sido considerado o melhor jogador em campo); a super favorita Nova Zelândia confirmou o seu favoritismo ao arrasar as linhas italianas por uns expressivos 76-14 (os All Blacks são o nº 1 do ranking mundial, enquanto que a Itália é a nona melhor selecção do mundo actualmente - Portugal é a 22ª).
As nações do Reino Unido venceram todas os seus jogos com mais ou menos dificuldade, apesar de defrontarem equipas bem mais fracas: a campeã em título Inglaterra bateu os seus "filhos" dos Estados Unidos por 28-10, numa exibição profissional e eficaz, a Irlanda desfez-se facilmente da Namíbia por claros 32-17 e Gales sofreu para vencer o Canadá por 42-17 (o resultado é enganador). A Escócia venceu os amadores portugueses por 56-10 num jogo que fica marcado, para além da estreia de Portugal na alta roda mundial do Rugby, pelo primeiro ensaio marcado pelos Lobos. O autor foi Pedro Carvalho, ponta fechado de Portugal e a festa foi intensa, mesmo nas bancadas onde para além dos milhares de portugueses, entusiastas da modalidade vibraram com este feito.

A Selecção Nacional, que bramiu o hino como nunca ninguém o tinha visto (em baixo, no fim do post) teve ainda a honra de ter nas suas fileiras o homem do jogo: o Capitão Vasco Uva, nº 8 de posição, que, num rasgo de humildade, disse que o prémio era para toda a equipa e que ele apenas tinha tido tal consideração pois era o Capitão.
Perdemos, sim, mas ganhámos a enorme batalha que foi chegar ao Mundial e começa a ser divulgada a modalidade em Portugal, o que é sem dúvida o mais importante.
Depois de tanta acção na primeira ronda, a segunda começou hoje e os Pumas (Selecção Argentina) venceram com facilidade os Georgianos por 33-3. Continuam a espalhar bom rugby, os únicos Sul-Americanos presentes na Fase Final.
Esta segunda ronda promete: teremos um duelo de campeões entre os vencedores em título e os de 1991 num escaldante Inglaterra - África do Sul no Pool A. Os Springboks, embalados pelo bom começo, tentarão vencer a equipa da Rosa Vermelha que não teve uma preparação brilhante para o Mundial. Temos também um Austrália - Gales: os poderosos Wallabies querem conquistar o seu terceiro título e Gales vem de bons resultados e são a oitava equipa a nível mundial. Será um interessante duelo entre a técnica do hemisfério sul contra o poderio físico dos galeses que são das equipas fisicamente mais imponentes do hemisfério norte. Mas sem dúvida, todas as nossas atenções devem estar viradas para isto:

Tomaz Morais, seleccionador nacional, já disse que perder por menos de 100 é vitória. A ver vamos. Eu, pessoalmente, creio que pontuar será uma vitória e se conseguirmos evitar que eles batam o recorde (142-0) dos mundiais, então sim, poderemos falar em grande vitória. Mas fico muito satisfeito se os Lobos derem o seu melhor, que sei que vão dar.
Noutras notas, um grupo de portugueses decidiu apoiar os Lobos de uma maneira especial. Auto-intitulam-se Lobos Maus Comás Cobras e viajaram numa "pão-de-forma" chamada Teresinha da Conceição (!!) até França onde irão assistir aos jogos dos Lobos. Já apareceram no jornal A Bola e puseram online uns quantos trailers do filme que planeiam fazer, documentando toda esta experiência; por cá esperamos. Adicionei também, no painel ao lado, um separador dedicado exclusivamente ao Mundial de Rugby. Terá links, resultados importantes e notícias avulsas.
Posto tudo isto, apenas me resta partilhar convosco um momento arrepiante:
FORÇA LOBOS!
24.8.07
A Bíblia dos tempos modernos
Rendo-me! Não há como escapar-lhe e cada dia em que me recusava a aceitar considero agora como um dia perdido. Arcade Fire é uma banda diferente. Tanto pela qualidade e sobriedade como aborda as questões intrínsecas à sua música (religião, paz, fantasia, o Haiti - raízes ancestrais da vocalista e multi-instrumentalista Régine Chassagne, vida fora das grandes cidades, etc) como pela sonoridade (promoveram uma pequena revolução no rock: mantiveram a sonoridade alternativa própria de uma banda indie, adicionando-lhe toda uma parafernália de instrumentos mais comuns noutros géneros, como órgãos de igreja, violinos, xilofones, acordeões, entre outros, nunca descurando a guitarra .
Neon Bible, o segundo e mais recente disco desta banda canadiana, pode ser descrito, nas palavras do vocalista Win Butler, como "like standing by the ocean at night" - qualquer coisa como estar à beira do oceano, à noite. Concordo: sentimos todo um poder emanado das letras - não propriamente muito "escuras", mas sempre com um tom sóbrio - e dos efeitos adicionados às músicas - no início de várias músicas sentimos que se forma um grande tempestade para lá das falésias, onde o céu é escuro, baixo e pesado.
No fundo, é um disco que serve, como o seu antecessor Funeral, para extirpar a dor. E quando músicas são feitas assim mas com o intuito de verdadeiramente transmitir uma mensagem de esperança em dias melhores, só podem ter qualidade.
decretado pelo Príncipe às 13:21 0 ideias contíguas
23.8.07
Nocturnos
Devo dizer que estou apaixonado. Desde de há algum tempo para cá que invejo quem tem a capacidade de, no piano, explanar tudo quanto alguns compositores acharam que a noite significava. Em particular, Chopin.
Tudo começou, há uns anos, quando num dos concertos da Fundação Gulbenkian, mais precisamente no de 29 de Abril de 2002, no encore o maestro Riccardo Muti sacou da cartola um coelho e a orquestra tocou um nocturno. Devo confessar, com inquestionável vergonha, que desconheço absolutamente o compositor de tal obra. Era um nocturno para orquestra e por isso não era, obviamente, de Chopin (que apenas os escreveu para piano); seria talvez de Mendelssohn. Apaixonei-me ali mesmo.
Recentemente, abracei novamente os nocturnos, mas em especial, as obras de Chopin (Opus 9, 15, 27, 32, 37, 48, 62 e 72 - esta última publicada postumamente). A suavidade com que sentimos o ritmo cardíaco baixar ao som do piano, a facilidade com que imaginamos a noite escura lá fora, entrechocada pelas árvores num fim de outono, com as folhas pelo chão e o vento que traz consigo notícias de frio, a beleza de uma composição que nos faz sonhar com sonhos, são alguns dos aspectos que me fazem gostar tanto deste tipo de composição.
Fica então a sugestão; fica também divulgada mais uma das coisas pela qual a vida deve ser apreciada.
18.8.07
Futebol
Gosto de futebol. Gosto de jogar futebol, gosto de ver jogar futebol, gosto de comentar futebol, gosto de treinar equipas de futebol. Gosto sobretudo de compreender as subtilezas das jogadas intrínsecas de cada jogador e treinador: os movimentos, os tempos, as técnicas, como que numa grande composição própria para ser tocada por uma orquestra.
Escreverei ocasionalmente sobre futebol (não necessariamente sobre o Sporting) como escreverei sobre outras coisas, mas hoje vou só dizer o seguinte: ontem jogámos muito bem contra a Académica de Coimbra (4-1) para a primeira jornada da Bwin Liga e para segundo jogo da época (depois da vitória na Supertaça), penso que apresentámos rotinas físicas, técnicas e tácticas apreciáveis. Não me vou alongar sobre cada jogador nem sobre a equipa (não quando há outro que o faz tão bem); este decreto serve apenas e só para reportar uma das minhas preferências.
17.8.07
O início do Principado
Começa aqui, às 20h23 de 17 de Agosto de 2007 o meu Principado.
Será um prolongamento no espaço e tempo das descrições e sensações; discutir-se-á música, cultura, estudos, desabafos, a vida em geral... sempre em busca de casa.
Fica então decretado; que assim seja.
O Príncipe
decretado pelo Príncipe às 20:18 1 ideias contíguas
A reter: Principado